Que gira-discos usado deve escolher?
Considerações sobre o prato (platter)
Quanto mais pesado melhor?
Parece que sim... Dizem os entendidos que um prato pesado tem maior inércia tornando a rotação mais estável e menos sujeitas a flutuações (flutter).
Fuja de equipamentos com pratos em plástico (existem, acredite, por exemplo algumas réplicas do SL-1200), tente escolher algo robusto.
O que posso dizer sobre a escolha de material usado neste contexto?
Tente consultar especificações técnicas do modelo que está a pensar comprar. Dificilmente vai conseguir perceber estes aspectos durante a compra, porque teria de desmontar o gira-discos.
A maioria dos pratos são ligas metálicas semelhantes ao alumínio ou feitos deste material. Existem também pratos em metal pintados com spray metalizado e pratos que são cromados.
Normalmente os pratos cromados ou pintados são geralmente mais leves e equipam gira-discos de gama média, baixa. Por exemplo, a Dual equipava o 1214 com um prato em metal pintado, enquanto que o modelo 1216 já tinha um prato em alumínio, embora sejam dois modelos muito semelhantes.
Quando compra um gira-discos Vingage, a menos que tenham sido restaurados, vai encontrar algum tipo de oxidação ou mesmo ferrugem.
O alumínio oxida tornando-se menos brilhante, baço (dull), sendo necessário, por vezes, um polimento mais ou menos agressivo.
Aqui entra a minha experiência. Um prato completamente liso será muito mais fácil de restituir o seu aspecto original, porque pode ser necessário um polimento que retire a camada superficial oxidada.
Muitos pratos dos anos 80, possuem um estriado que embeleza o prato ou outro tipo de aplicação que habitualmente serve estroboscopio.
Nestes pratos é muito difícil conseguir um polimento eficaz que retire a oxidação completamente.
Quando escolher o gira-discos, avalie o grau de oxidação. Se tiver muitos spots de oxidação, prepare-se para polir...e muito. Outro aspecto relevante é que a oxidação pode indirectamente dar uma ideia das condições de armazenamento a que esteve submetido o equipamento.
A presença de ferrugem ou oxidação exageradas pode significar que o gira-discos precise de uma lubrificação generalizada das partes mecânicas e limpeza de contactos da electrónica.
Em certos modelos mesmo com 40 anos ou mais consegue resultados muito bons, portanto esteja atento. Alguns modelos da Dual, Thorens e outras podem ser praticamente restituídos ao seu estado original daí serem tão procurados.
Por exemplo, este prato de um Dual 1216, estava oxidado com uma coloração semelhante ao aro interno, após algum polimento já consegui recuperar o seu aspecto original, no entanto ainda se nota algum spotting. Vai precisar de um polimento extra para tentar retirar estas pequenas manchas.
Não convém esquecer que estamos a falar de um equipamento de 1972, sempre que compre algo Vintage, terá de perdoar os sinais do tempo, tem de ser tolerante.
Tampas do gira-discos
Tampas e agulhas são quase sempre o elo mais fraco!
As agulhas arranjam-se com alguma facilidade, já as tampas...é outra conversa.
Não são necessariamente más notícias, se não tem tampa ou está estragada pode sempre regatear o preço!
Eu direi que se encontrar um gira-discos de 40 anos com tampa, então é um sortudo!
Mas prepare-se para pagar, arrisco a dizer que um equipamento com tampa original num estado razoável, sem quebras pode, pelo menos, duplicar o valor do aparelho.
Tampas sem falhas são mesmo uma raridade!
Evite tampas partidas nas dobradiças ou com grandes rachas, não há como salvar.
Pode tentar colar, mas muito cuidado, a maioria das colas destrói o acrílico! É de evitar!
Uma alternativa interessante poderá ser forrar a tampa com pele ou pintar, se não se importar com o facto de estar a alterar o aspecto original do gira-discos.
Pequenas rachas na parte posterior da tampa são toleráveis em equipamentos com algumas dezenas de anos, não há milagres.
Uma tampa riscada pode ser polida e ficar quase como nova, procure na net informação sobre polimento de faróis de automóvel, o processo é semelhante.
Não desespere! É sempre possível fazer uma réplica da tampa, desde que consiga montar as dobradiças originais. Por outro lado modelos mais antigos tinham apenas uma tampa de encaixe, sem dobradiças, portanto é fácil replicar.
E por último borrife-se na tampa, qualquer gira-discos audiófilo actual nem tampa tem!!
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