terça-feira, 29 de abril de 2014

Escolher um gira-discos usado, não é nada fácil (II)

Quando comecei a procurar o gira-discos (Gd) inicialmente excluí os equipamentos com tracção por correia, porque quase invariavelmente estas precisam de ser substituídas ao fim de algum tempo.  Dito de outra forma, um gira-discos em segunda mão precisará certamente de uma correia nova.
Os equipamentos Direct drive não tem este problema e por isso a minha escolha recaiu neste tipo.
Contudo um Gd deste tipo pode ter problemas relacionados com a electrónica e flutuações nas rotações, pelo que também devem ser testados para eventuais avarias.

Outro aspecto que levou à minha escolha foi o tipo de braço do gira-discos. Prefiro o braço em forma de "S" do tipo SME, relativamente comuns nos Anos 80. Visualmente mais atraentes, o seu encaixe SME é mais versátil porque encontramos com facilidade headshells com este tipo de encaixe. 
Este tipo de concha permite também montar cartridges (cabeças) de diferentes marcas.





Estas opções limitaram a minha escolha nos sites de vendas de material usado, aqui abundam gira-discos dos anos 90, como este SL-BD22, mas sinceramente braço recto, P mount e aspecto de plástico ??

Technics SL-BD22


A minha primeira compra foi um Technics SL-Q202 consegui um bom de desconto, mesmo assim paguei caro. Tinha a tampa partida, o que eu não achei relevante, até porque os gira-discos actuais não tem tampa, mas hoje sei que seria o argumento perfeito para baixar um pouco mais o preço do aparelho.
Fui optimista porque pensei que podia chegar a qualquer loja de acrílicos e dizer repare se faz favor!
Errado! Não há quem repare estas coisas, mas pode sempre mandar fazer uma tampa nova.

Como já disse, é mesmo difícil encontrar estes modelos com uma tampa impecável e depressa percebi que não era tarefa fácil. A alternativa pode ser fazer um puzzle, procurar um modelo muito semelhante, mas de gama inferior com uma tampa boa, assim poderá recuperar a tampa para o seu gira-discos preferido.
Easier Said than Done, porque a busca pode demorar meses e convém fazer puzzles baratos!!!











Escolher um gira-discos usado não é fácil...

Na minha juventude, meados dos Anos 80, trabalhei numa "rádio" e tive oportunidade de brincar com um dos modelos mais famosos da Technics, o SL-1200 MK2. Quem não viu este gira-discos numa discoteca ou capa de CD? Era e é o preferido dos DJ's e curiosamente também foi acarinhado por audiofilos, tal a sua categoria.
É mesmo isto pensei... É este o prato que eu quero para regressar ao Vinil!



Este modelo, porém deixou de ser fabricado, sendo muito difícil encontrar novo. Para minha grande surpresa a cotação de um prato destes em Mint Condition pode oscilar entre os 450 e os 950€!!!
A alternativa é procurar usado, corrijo, muito usado. Um SL-1200, em segunda mão, bem trilhado nas pistas de dança poderá custar "apenas" 200 a 250€, mas temos de contar com a necessidade de uma revisão profunda e inclusivé uma reparação estética.

Perante a cotação e o risco de comprar algo muito usado, optei por procurar modelos dos anos 80, como as séries SL-Q da Technics.
Technics SL-Q202

É bonito, não é? 
A foto mostra um SL-Q202, aparentemente em Mint Condition.
Neste caso estamos a falar em valores na ordem dos 200€, bastante mais acessível.

Infelizmente descobri que encontrar um prato dos anos 80, em Mint Condition não é fácil!
Raramente têm a tampa em boas condições, podendo estar rachada, manchada ou severamente riscada!
A grande maioria destes gira-discos esteve esquecida numa arrecadação e coberto de tralhas por cima.

Quando procurar o seu gira-discos usado verifique se foi revisto antes de ser posto à venda ou se está em condições razoáveis. Pode sempre optar por fazer o restauro pessoalmente e a net está cheia de informação. Na maioria dos casos é muito fácil reparar um gira-discos.
Oportunamente partilharei a minha experiência com gira-discos da marca Dual, são máquinas fascinantes, principalmente a série 12XX. Podem ficar quase como novos!

Se não quer ter trabalho e prefere jogar seguro procure na net, facebook ou blogspot vendedores ou colecionadores de HIFI Vintage, como não são vendedores ocasionais, quase sempre vendem equipamentos revistos ou mesmo artigos da sua colecção privada.






segunda-feira, 28 de abril de 2014

Comprar um Gira-discos em 2013

Comprar um elemento Hifi nos finais de 2013 não é fácil!
Para um quarentão como eu, é chocante ver como praticamente todas as lojas de alta fidelidade que conhecia desapareceram, restam meia dúzia de casas especializadas e as grandes superfícies.
Não sendo um audiófilo, procurei as marcas ditas "mainstream" e afinal as marcas com que cresci: Sony, Panasonic, Technics, Pioneer, etc.
O que encontrei foi aterrador! Equipamentos em plástico, leves como uma pena e virtualmente iguais. Três marcas bem conhecidas, partilham um mesmo equipamento, fabricado numa mesma fábrica na China. Apenas muda ligeiramente o aspecto e o preço de acordo com o prestigio da marca.

Embora afastado do Vinil desde meados dos anos 90, sabia que existiam ainda um punhado de marcas especializadas em gira-discos, a Project, a Thorens, algumas das marcas que ia vendo na Fnac. Sabendo que os preços não seriam os mais convidativos, fui dar uma espreita...

O State of the Art dos leitores de Vinil actuais conjuga materiais nobres do plinto, com braços de baixa massa e accionamento com correia. São pratos extremamente simples, de forma a eliminar todas as interferências com a captação analógica.

Na minha ignorância audiófila (este blog não é para audiófilos), não me identifiquei com estas tendências.

Pratos tão simples que são completamente manuais? Em que uma simples tampa é um extra??

Foi assim que começou a minha aventura Vintage Hifi ... A busca por um prato dos anos 80!

Até já!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Intro

Em Setembro de 2013, inspirado pelo espectáculo de Nile Rodgers (Chic) no ITunes festival e recentes sonoridades de Daft Punk "Get Lucky", decidi voltar ao Vinil.

Alguma vez sentiu que falta qualquer coisa no som da sua aparelhagem mais recente ou que a coluna Bluetooth não lhe enche as medidas? Gostaria de comprar algo novo mas o mercado não responde às suas solicitações ou tudo lhe parece estupidamente caro?

Eu, evolui desde os finais dos Anos 90, acompanhando o que o mercado oferecia. Fui um early adopter do CD audio, assim como do Cinema em Casa, sempre atrás das novidades.

Mas sempre me pareceu que faltava alguma coisa. Atribuía o problema ao facto dos meus amplificadores de Home Cinema serem Low Budget, mas mesmo quando comprei um gama alta, o som não me enchia a alma.

Certo dia fui buscar o meu velho Technics SU-500 de 1986 à arrecadação para ligar no quarto. Mesmo sendo um amplificador baratucho da época, fiquei impressionado com o som. Racionalizei a coisa e pensei "isto é nostalgia", é tudo da minha cabeça.
Ao longo dos anos, admiti que um amplificicador ou receiver Home Cinema estaria preparado para diálogos e explosões e que não estava afinado ou optimizado para ouvir...música.
E mesmo tendo comprado um topo de gama, que a crítica considerava muito bom "music performer", fiquei sempre desapontado.

A dúvida desvaneceu-se nos finais de 2013 quando resolvi voltar ao Vinil. Liguei o gira-discos ao meu Home Cinema (por sorte tem pré de phono) e experimentei.
A experiência foi muito agradável, mas sempre fiquei com a mania, "tenho de ligar isto a um amplificador Stereo". E assim foi! Comprei um  aclamado Cambridge Audio, liguei tudo, pus o disco a rodar e sentei-me...

Tudo parecia perfeito e até admito que o som era "limpo", limpo, flat, sem vida, estéril!! Argh!

Mas que raio?
Voltei a desmontar tudo e adivinhem? Fui buscar o Technics.

O propósito deste blog é partilhar a experiência que tive ao voltar a um simples amplificador dos Anos 80  e a razão porque hoje, poucos meses depois, estou num processo de regresso ao Passado, regresso ao som quente e envolvente analógico do Vinil, dos amplificadores transistorizados.
Tornei-me um colecionador de Vintage HIFI!

Amigos, não tem nada a ver!!
É como ter passado 20 anos da minha vida vestido de branco, sempre de branco e de um momento para o outro descobrir uma palete de cores e colorir a minha vida.
Este Blog é a partilha da minha experiência "Vinil" e a descoberta da maravilha do som analógico dos anos 70 e 80.